terça-feira, 4 de maio de 2010

Vídeo Olhar-dela

http://www.youtube.com/watch?v=fOnggJXytDE

Fórum Social Mundial / CONNEB

Acontecerá em Belém (PA) o Fórum Social Mundial, com várias palestras, oficinas, debates, plenárias e atos públicos. Alagoas tem representantes de vários segmentos sociais, inclusive, a Cojira-AL tem duas representantes, as jornalistas Emanuelle Oliveira e Kelly Baeta. Na programação também consta o Congresso de Negros e Negras do Brasil (CONNEB), que busca construir um documento, chamado Projeto Político do Povo Negro para o Brasil, onde serão colocadas as questões da militância negra de todo o país.

http://anajoonline.spaces.live.com/?_c11_BlogPart_BlogPart=blogview&_c=BlogPart&partqs=cat%3DInformes

Fórum Social Mundial / CONNEB

Acontecerá em Belém (PA) o Fórum Social Mundial, com várias palestras, oficinas, debates, plenárias e atos públicos. Alagoas tem representantes de vários segmentos sociais, inclusive, a Cojira-AL tem duas representantes, as jornalistas Emanuelle Oliveira e Kelly Baeta. Na programação também consta o Congresso de Negros e Negras do Brasil (CONNEB), que busca construir um documento, chamado Projeto Político do Povo Negro para o Brasil, onde serão colocadas as questões da militância negra de todo o país.

IV Mostra Recife de Fotografia de Recife






Confira abaixo a programação completa da IV Mostra Recife de Fotografia ou clique aqui para baixar a programação completa.

DOMINGO | 15 de novembro

A partir das 20:15 h
Na Torre Malakoff

1 R.E.M | Por Rachel Daisy Ellis (00:02:26)
2 Comunhão Comunhão | José Osmário de Oliveira (00:06:00)
3 Um conto de dois | Manuela Galindo (00:01:51)
4 Em Cuba Do | Beto Figueiroa (00:04:50)
5 Olhares sobre a Bomba do Hemetério | Oi Kabum Recife (00:03:13)
6 Os Sertões | Alexandre Severo (00:03:00)
7 Terminal Dom Bosco | Coletivo Disturbios (00:03:40)
8 Sleepers | Marcio Garcia (00:03:07)
9 Filhos de peixe, peixinhos é | Maíra Costa Gamarra e Natuza Ferreira (00:04:03)
10 Silenciauto | Isabella Valle (00:01:38)
11 Desconstrucao | Isabela Barcelos (00:01:16)
12 Curvas verdes | Eleonora F Saldanha-Marston (00:02:28)
13 Baobás | Bruno Sant’Ana V. da Silva (00:01:08)
14 Idílio Moderno | Fernanda Mafra (00:02:54)
15 Cuba | Marcelo Feitosa (00:04:59)
16 A luz do largo | Oficina da Luz (00:05:14)

TEMPO TOTAL: 00:51:47

SEGUNDA-FEIRA | 16 de novembro

Das 18h30 às 20h
CSU Bidu Krause

Das 19h às 20h
Auditório Centro Cultural dos Correios

1 Saudades Eternas | Michel de Oliveira Silva (00:05:36)
2 Auschwitz: Restos de Memórias | Maíra Erlich (00:01:43)
3 O Coro Come | Jean Schwarz (00:05:50)
4 Torcedor, uma raça especial de povo! | Edimar Ferreira de Melo (00:05:19)
5 Sleepers | Marcio Garcia (00:03:07)
6 Filhos de peixe, peixinhos é | Maíra Costa Gamarra e Natuza Ferreira (00:04:03)
7 Em Cuba Do | Beto Figueiroa (00:04:50)
8 Colcheia | Flora Pimentel Araujo (00:03:39)
9 Olhares sobre a Bomba do Hemetério | Oi Kabum Recife (00:03:13)
10 Do Pó ao Barro | Rachel Daisy Ellis (00:04:16)
11 À Flor da pele | Alexandre Severo (00:02:13)

TEMPO TOTAL: 00:43:49

TERÇA-FEIRA | 17 de novembro

18h30 às 20h
Praça de Boa Viagem

19h às 20h
Centro Cultural Correios

1 Estação João Felipe | Coletivo ao Quadrado (00:01:56)
2 Inocentes | Douglas Fagner Correia de Almeida (00:01:33)
3 Resgatando o Passado | Clemilson Campos (00:05:00)
4 Comunhão Comunhão | José Osmário de Oliveira (00:06:00)
5 Duplos Retratos | Rafael Lage (00:02:54)
6 Os Sertões | Alexandre Severo (00:03:00)
7 I Enjoint Amsterdam | Marcelo Lyra (00:06:00)
8 Terminal Dom Bosco | Coletivo Disturbios (00:03:40)
9 Cielo, Céu, Cielo | João Monteiro Vieira de Melo (00:04:58)
10 Um conto de dois | Manuela Galindo (00:01:51)
11 Egoísmo | Homônimos (00:01:42)
12 R.E.M | Por Rachel Daisy Ellis (00:02:26)

TEMPO TOTAL: 00:41:00

QUARTA-FEIRA | 18 de novembro

Das 18h30 às 20h
Mercado da Madalena

1 Memórias e encantos | Walter Ney (00:06:00)
2 Portfólio de fotografia II | Alexandra Martins Costa (00:05:22)
3 Fire favela | Maurício ferry (00:06:00)
4 Sonhador | Iezu Kaeru (00:05:19)
5 Torcedor, uma raça especial de povo! | Edimar Ferreira de Melo (00:05:19)
6 Montevideo: el pueblo y la ciudad | Bruno Alencastro (00:04:57)
7 Povo Pankararu | Felipe Ferreira (00:01:10)
8 Águas Belas | Diogo Félix Cabral (00:03:43)
9 Bolhas, balanços e alguns saltos | Ana Bezerra Fonseca (00:03:44)
10 Estação João Felipe | Coletivo ao Quadrado (00:01:56)
11 Colcheia | Flora Pimentel Araujo (00:03:39)
12 Olhares sobre a Bomba do Hemetério | Oi Kabum Recife (00:03:13)
13 Egoísmo | Homônimos (00:01:42)
14 Auschwitz: Restos de Memórias | Maíra Erlich (00:01:43)
15 No Céu, No Mar, Na Terra | Letícia do Aido Machado (00:02:22)
16 R.E.M | Por Rachel Daisy Ellis (00:02:26)
17 Natal para todos | Jason Vigneron (00:02:27)
18 O olhar estrangeiro sobre essaouira | Ziltons Antunes dos Santos (00:03:30)
19 Curvas verdes | Eleonora F Saldanha-Marston (00:02:28)
20 Olhar-dela | Kelly Baeta (00:04:47)
21 À Flor da pele | Alexandre Severo (00:02:13)

TEMPO TOTAL: 01:14:00

QUINTA-FEIRA | 19 de novembro

Das 18h30 às 20h
Nascedouro de Peixinhos

19h às 20h
Teatro Maurício de Nassau

1 Aos Pés da Padroeira | Max Levay Reis (00:03:53)
2 Vaga-lembrança | Adauto Júnior (00:01:22)
3 Cuba | Marcelo Feitosa (00:04:59)
4 Gente. | Breno César (00:03:32)
5 Hipnoscópio | Israel Campos (00:02:59)
6 Desconstrução | Isabela Barcelos (00:01:16)
7 Paisagem em Risco. | Gilda Morassutti (00:02:00)
8 Secas | Fabíola Pereira de Melo (00:01:13)
9 A luz do largo | Oficina da Luz (00:05:14)
10 Baobás | Bruno Sant’Ana V. da Silva (00:01:08)
11 Curvas verdes | Eleonora F Saldanha-Marston (00:02:28)
12 Idílio Moderno | Fernanda Mafra (00:02:54)
13 Fragmentos. | Gustavo Diehl (00:05:14)
14 Silenciauto | Isabella Valle (00:01:38)
15 São Paulo, Impressões da Metrópole | Victor Moriyama (00:01:51)

TEMPO TOTAL: 00:41:41

SEXTA-FEIRA | 20 de novembro

Das 18h30 às 20h
Sítio da Trindade

1 Ciclo do caranguejo | Sirlenia de A A Alves (00:06:00)
2 Povo Pankararu | Felipe Ferreira (00:01:10)
3 O Coro Come | Jean Schwarz (00:05:50)
4 Resgatando o Passado | Clemilson Campos (00:05:00)
5 Desconstrução | Isabela Barcelos (00:01:16)
6 Vaga-lembrança | Adauto Júnior (00:01:22)
7 A luz do largo | Oficina da Luz (00:05:14)
8 Baobás | Bruno Sant’Ana V. da Silva (00:01:08)
9 Um conto de dois | Manuela Galindo (00:01:51)
10 Cuba | Marcelo Feitosa (00:04:59)
11 Reintegração | Douglas Fagner Correia de Almeida (00:04:48)
12 Jazz | Marco Antonio Silva (00:01:12)
13 Paisagem em Risco. | Gilda Morassutti (00:02:00)
14 A fé é o que move o homem… | Alexandre Alves Leite (00:02:09)
15 Os Sertões | Alexandre Severo (00:03:00)
16 Portugal: Uma Poesia Lusitana | Daniel Meirinho (00:03:58)
17 Aos Pés da Padroeira | Max Levay Reis (00:03:53)
18 Gente. | Breno César (00:03:32)
19 Em Cuba Do | Beto Figueiroa (00:04:50)
20 Entrebeira | Rafael Oliveira Medeiros (00:04:48)
21 Demolição do futuro | Ziltons Antunes dos Santos (00:02:20)
22 Do Pó ao Barro | Rachel Daisy Ellis (00:04:16)
23 Filhos de peixe, peixinhos é | Maíra Costa Gamarra e Natuza Ferreira (00:04:03)

TEMPO TOTAL: 01:18:39

Arte Contemporânea no Espaço Cultural

A exposição Coletivo de Artistas acontece durante o V Seminário sobre o ensino das Artes, no Espaço Cultural da Ufal. O coletivo tem razão de ser. É o ponta-pé inicial para a realização de mais eventos como este, que proporcionem ao público a oportunidade de apreciar variadas manifestações artísticas, dentro de um único espaço. Além de presentear os novos artistas alagoanos com uma oportunidade de inserção na dinâmica cultural alagoana e um conseqüente incentivo a sua produção individual. A troca de experiências é outro fator positivo, visto que desse intercâmbio cultural, novos projetos e iniciativas devem acontecer. Para a inauguração desse primeiro momento, junto às criações dos artistas visuais Gabriella Cosme (telas de juta com retalhos de tecido), Kelly Baêta (curadoria e foto-poesia), Mirella Oliveira (desenhos e pinturas), Viviani Duarte (fotografia), Thalita Chargel (fotografia) e David Farias (fotos e sucatas de cemitério sobre tela); o público irá conferir a apresentação dos cantores líricos, Natália Motta e Diogo Oliveira, além de Guttemberg Casimiro (saxofone), Felipe Juvino (violino), Yzaias Chico (violão), Jadson Andrade com um recital de poesias próprias e de Fernando Pessoa e uma intervenção cênica sobre a ditadura militar com o ator e dramaturgo David Farias. Muito se tem falado, hoje em dia, sobre o que se convencionou chamar de arte. Uma das características principais da arte na pós-modernidade é, justamente, essa ampliação do campo artístico. Em essência, o Coletivo de Artistas é uma ocasião onde estarão reunidas as mais diversas representatividades da arte contemporânea em Alagoas.


http://www.ufal.edu.br/ufal/noticias/2008/09/folguedos-arte-contemporanea-musica-e-muito-mais/

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Festa Alagoana em Terra Pernambucana


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Iapois: Curta-metragem sobre Sertão alagoano

Por Manaíra Aires

O curta-metragem I-A-POIS, patrocinado pelo Programa BNB de Cultura 2007, será lançado no Cine Sesi Cultural, próximo dia 27, às 20 horas, como um dos oito curtas-metragens que participarão do projeto Sesi Brasil, uma parceria do Cine Sesi com o cineclube Antes Arte do que Tarde.

O curta I-A-POIS leva o espectador a conhecer um pouco da riqueza cultural do Povoado do Pedrão, a 6 quilômetros de Olho d’Água das Flores, Sertão alagoano. O modo de vida das pessoas dessa comunidade quilombola é retratado por meio do universo dos “contadores de causos”, como Dorinha, Ismael, Salú e Benedito, e de trechos de brincadeiras do “casamento oculto” e dos mutirões para a “limpa da terra”, para a “bata do feijão” e para a “farinhada”.

O curta não mostra o sertanejo com a imagem estereotipada daquele miserável que foge da seca. O I-A-POIS faz o espectador enxergar além da terra seca e do sol escaldante a beleza de um povo, sua alegria e força em meio à dura rotina de trabalho. “Nossa preocupação era justamente não cair na mesmice do sertanejo sofredor e também não tapar nossos olhos para a realidade de subsistência. Foi aí, então, que decidimos abordar o universo cultural, que mostrava como, apesar de tão poucas condições materiais, o ser humano é capaz de encontrar subsídios para sua criatividade, para sua imaginação”, diz a diretora de fotografia Manaíra Aires.

O I-A-POIS é resultado de um projeto de reavivação da linguagem do audiovisual no Estado de Alagoas. O foco do projeto, idealizado pelo publicitário Paulo Marcondes, foi a formação de dois grupos voltados para a produção, gravação e edição do curta. O primeiro grupo foi constituído por jovens do município de Pão-de-Açúcar e de regiões vizinhas; já o segundo, reuniu jornalistas e relações públicas recém-formados, e ainda estudantes de Comunicação Social.

“O interesse maior não foi o documentário, este se tornou fruto final de nosso trabalho ao longo de um ano. O objetivo era instruir novas pessoas que estivessem entrando no mercado de trabalho, orientá-las a partir de oficinas de roteiro, de fotografia e de edição, para que pudessem ter mais do que um curta, para que pudessem ter a formação necessária para que comecemos a mudar o cenário de produção de audiovisuais em nosso Estado”, afirmou o diretor Paulo Marcondes.

Com oficinas de Glauber Xavier (edição) e de Lula Castello Branco (fotografia),

I-A-POIS é um projeto que não só incentiva novas iniciativas na área de audiovisuais, bem como revela que é possível utilizar essa linguagem para mostrar novos recortes e maneiras de enxergar a realidade, muitas vezes longe dos arquétipos vinculados pela grande mídia.

Para saber mais sobre o projeto I-A-POIS: acesse www.iapois.al.org.br

O poder do improviso

Por Paula Félix

Um hábito típico dos cantadores de coco e embolada é dar aos mestres nomes de pássaros. Mário Francisco de Assis ainda era um menino quando fugiu com uma dupla de emboladores, que, um dia, apareceu em sua casa. Ele e esses dois amigos saiam de cidade em cidade, praticamente como ciganos, até dormiram em um cemitério abandonado, porém as dificuldades não os impediam de fazer suas canções cheias de rimas e improvisos. Nessas caminhadas, entre um coco de roda e outro, sempre tinha alguém que se encantava com aquela “coisa miudinha” cantando, o que acabou lhe rendendo o apelido de Mestre Verdelinho, em referência a um pequeno pássaro de mesmo nome.

Ele ganhou notoriedade quando integrou o Guerreiro do Mestre Pedro Teixeira, sendo até Mestre de Guerreiro em uma apresentação em Brasília. Foi assim que sua história começou a mudar, conseguiu um emprego no Teatro Deodoro, mas não abandonou aquilo que gosta e saber fazer. Embora não saiba escrever, Mestre Verdelinho é autor de canções que surpreendem pela riqueza de conteúdo, cujas temáticas têm complexidade filosófica, mas com a forma simples e direta, típica à cultura popular.

Esse importante expoente da cultura popular alagoana será o homenageado do Regional IV “A Festa do Coco”, que, segundo o organizador do evento, Tony Soares, visa a valorizar a cultura popular alagoana e fazer com que a nova geração conheça e se interesse por artistas que abastecem esse mercado. Em sua quarta edição, o evento contará com a participação das bandas Poeira Nordestina, Xique Baratinho, Gato Zarolho, Cumbuca e, é óbvio, do Mestre. Ainda haverá sorteio de brindes, exposições artesanais e a casa estará decorada com motivos regionais.

O Mestre dividirá o palco com seus filhos, Josenildo e Genilson, e Jurandir Bozo, vocalista da banda Poeira Nordestina, no repertório estão Dona Mariquinha, Balança o Galho da Limeira, A Masseira, de Tereza Félix, todas canções do CD de Verdelinho, UNIRversando, pagodes, em sua maioria. Mas antes que confusões sejam feitas, é preciso explicar: “pagode é um estilo de coco, bem alagoano, que tem o refrão, os entremeios e, no fim, o tropel”, explica Bozo. Tropel nada mais é que um forte ruído provocado por repetidas batidas dos pés no chão.

Jurandir Bozo diz que as músicas do Mestre possuem profundidade poética e cita como exemplo O Grande Poder, que versa sobre questões ligadas à interação entre o universo e as criaturas, gravada por Telma César, no CD do grupo Comadre Florzinha e pelo cantor e compositor Wado. Bozo ajudou na produção do CD de Verdelinho, que foi lançado no ano passado. Contendo 13 faixas, o álbum foi gravado em quase dois dias, com pouca verba e praticamente sem apoios institucionais, um reflexo visível da problemática que atinge a cultura alagoana, largamente discutida pelos artistas e que provoca um certo tipo de ostracismo, no qual as produções ficam mais nas residências do que nos palcos.

Muitos são os artistas que beberam da arte do Mestre Verdelinho, como relembra Bozo: “Busquei a cultura popular, através do Mestre, porque pensei quando o vi: isso sou eu. Aquilo remetia à minha infância, ao que via nas feiras em frente à minha casa, e é o que busco trazer para minha voz. Se hoje estou desenvolvendo esse trabalho é por causa da voz rouca e forte do Mestre Verdelinho”.

Elo entre o tradicional e o atual

Embora se trate de uma expressão da cultura tradicional, o show pretende atingir a um público diversificado, inclusive no que diz respeito à faixa etária: “A primeira edição, com as bandas Mr. Freeze, Gato Zarolho e Cumbuca, atingiu um público universitário, mas hoje desejo atingir a todas as idades”, afirma Tony, que está a três anos no ramo de produção de eventos dessa natureza, e, desde o ano passado, está a frente do Regional.

Ele aproveita a sua formação em Marketing para divulgar o evento para o maior número de pessoas possível e, para tanto, utilizou mídias alternativas que têm bastante alcance, caso do site de relacionamentos Orkut. Visitou os perfis, colocando quase que diariamente a programação do show. O argumento dele é pragmático: “A melhor forma de vender um produto é fazer com que ele chegue até seu consumidor direto e indireto, com um planejamento de marketing e de mídia, é o que busco fazer com esse show”.

A intenção, na verdade, é atrair os jovens para as manifestações que fazem parte da cultura popular, como o guerreiro e o coco de roda, que, com as novas tendências musicais, provenientes da cultura de massa, perderam seu espaço. Mas não de forma mecânica, pela obrigação de valorizar apenas por ser alagoano, pois não basta estudá-la e teorizá-la. É preciso senti-la, como diz Bozo: “Não é incomum ouvir os Mestres falarem de ‘fazer uma brincadeira’, em alguns lugares do Nordeste, os participantes recebem o nome de brincantes. Temos que levar as pessoas para dançar o coco, cantar o guerreiro. Por isso, o ensino da cultura popular nas escolas deve ser feito de forma lúdica, como uma atividade recreativa”.

A questão é bem mais complexa. Esse afastamento da juventude traz um problema que, em longo prazo, pode culminar com a extinção de alguns valores culturais. “Alagoas está anos-luz a frente dos outros Estados, no que diz respeito a produção cultural. Tem uma cena fértil, uma das mais atuantes do Brasil, mas os artistas estão envelhecendo. Não precisa fazer resgate cultural, pois os Mestres estão vivos, assim como nossa cultura, o que falta é compromisso da sociedade civil e do poder público”, critica Bozo.

O Regional IV “A festa do coco” busca um formato que situe a cultura tradicional no contexto globalizado, com infra-estrutura e atrações que realizam um trabalho que mantém os moldes tradicionais, mas inserem uma roupagem mais atual, sem cair no clichê. Essa fusão entre tradicional e atual está em grande evidência, tanto que muitos Mestres já têm seu material divulgado na Internet, chegando a possuir comunidades no Orkut, caso de Mestre Verdelinho e Nelson da Rabeca.

Janela

Uma forte relação de amor e dedicação move esses representantes da nova safra da cultura popular alagoana a lutar pelo reconhecimento dos precursores desse movimento artístico. Tony Soares pretende criar um mercado voltado para a cultura alagoana mais atuante, com shows freqüentes, entretanto, isso ainda depende muito do público, por isso, o empenho na divulgação.

Pelo que parece, a tão esperada eclosão da cultura alagoana é iminente, embora falte organização e interação entre os artistas, o passo inicial há muito foi dado. Canções, poemas, coreografias, peças, esculturas e quadros pululam em abundância, em resumo, a cena pode até não ser atuante, mas a criatividade funciona freneticamente.

Para quem ainda não conhece a cultura caeté, além do convite para o Regional IV “A festa do coco”, fica uma reflexão de Jurandir Bozo, sobre o que é cultura popular: “Cultura popular não é se voltar para si, é se voltar para o outro. É se debruçar sobre uma janela, nem que seja a do cantinho do seu olho e ver além da pálpebra, ver o vendedor de açúcar, alguém na rua, o cara que vende bala no ônibus. Fazer essa cultura de forma contemporânea é praticar o sonho, embora esteja longe do ideal... Nossa cultura ainda está viva! Mas tem algo que sempre questiono: O que vem depois dos Mestres?”.

http://petreafelix.blogspot.com/2007/08/o-poder-do-improviso.html



Quilombagem: pelo fim do silêncio ou pelo início do grito?

Por Edson Bezerra e Kelly Baeta

Assim se define a ruptura que surge nas melodias e cânticos do Projeto Quilombagem. Os músicos Jurandir Bozo (Poeira Nordestina), Luís de Assis (Vibrações), se juntaram ao professor de capoeira angola Gilson Vilela, para fazer valer na arte mais um espaço para a propagação da cultura afro-alagoana e suas histórias.

O Quilombagem comunga das idéias já propagadas pelo Manifesto Sururu (de Edson Bezerra), em busca de uma identidade alagoana, das margens para o centro; não vem apenas para somar, vem principalmente para dividir a hipocrisia da verdade e contar junto com os mestres, uma parte de Alagoas que ainda vive em meio às sobras e no esquecimento. Pela cultura do sururu (“Sururu: comida dos pobres: nossa miséria é a nossa riqueza.”). Pelo manifesto dos bairros distantes (Wado) pelo fluíde-festo (de Beto Brito e Tainan Costa), assim pelo avesso das histórias que nos contam e nos fazem calar. Pelos Orixás e Caboclos da mata, pelas benzedeiras e catadores de coco. Nos Guerreiros, Baianas e Capoeiras, numa Alagoas primitiva, mas antenada, rústica, mas universal, vendo o chão no asfalto quente da Fernandes Lima ao Benedito Bentes e todos os bairros que sagram nas margens da cidade.

Ressurgem as manifestações, dessa vez, em forma de música, para que não esqueçamos a rebeldia e o protesto a favor da preservação das verdadeiras raízes culturais do nosso Estado (Alagoas). O projeto Quilombagem quer isso, uma emancipação verdadeira, a manutenção das influências dos ritmos das religiões afro descendentes, do Candomblé e da Umbanda.

Na bagagem do Quilombagem, as reminiscências presentes no sangue, na pele ou na voz negra dos músicos alagoanos. Cantarolando “samba nego, branco num vem cá”, queremos relembrar a rebeldia dos quilombos dos escravos brasileiros. A palavra de ordem é transformação social através da arte, uma declaração que surge misturando-se ao coco, ao guerreiro, aos cantadores e contadores de estórias, rezadores e feiticeiros dos sertões.

Da Mundaú ao São Francisco, Quilombagem propaga a cultura afro alagoana, o canto negro, índio e mulato. É a nova forma de acordar a sociedade dormente e omissa. Comunga das idéias dos novos intelectuais que pensam e repensam Alagoas.

Um canto de negros urbanos

Mais do que um show, Quilombagem é uma releitura das culturas negras alagoanas. No Quilombagem, o saber emergente de uma alagoanidade das margens, o canto negro e as raízes banto saído das entranhas de Luís de Assis (do Vribrações), Jurandir Bozo (do Poeira Nordestina) e Gilson Vilela (professor de capoeira angola).
Na divisão do trabalho, um canto de pertencimento a coisa de uma negritude urbana aonde se misturam afoxé, reggae, coco, camdomblé, capoeira e outras toadas.
Com este encontro, o que vai ser posto em pauta é a continuidade de uma cena urbana rasurada de uma negritude saindo das margens e invadindo a cena cultural urbana de Maceió.
Na coisa da mestiçagem, a presença dos poetas Beto Brito e Tainan Costa, o babalorixá Célio Rodrigues e ogans da casa de Iemanjá, a ialorixá Mãe Vera, Wado, Edson Bezerra e Mestre Verdelinho.
Na formação da banda, Jurandir Bozo (vocal e percussão), Luiz de Assis (vocal, percussão e violão) e Gilson Vilela (vocal, berimbau e percussão), além da participação dos músicos Willbert Fialho (violão de 6 e de 12 cordas), Léo Bulhões, Fábio de Ogum e Luciano Rasta (percussão), Jam Bass (baixo) e Zé rocha (acordeom e violoncelo).
O show Quilombagem traz uma mostra da cultura popular e negra alagoana, apresentada de uma forma atual, mas sem esquecer as origens que a fundamentaram, um passeio pelos toques do candomblé, pontos de caboclos, cantadores de coco, poetas e brincantes da nossa cultura.


Show do Quilombagem, projeto Misa Acústico em 1 de dezembro de 2007 (mp3)

Bloco Jaraguá é o Bicho desfila nas Prévias Carnavalescas

Kelly Baêta

O Bloco Carnavalesco Jaraguá é o Bicho desfila, nesta sexta-feira, dia 05, nas prévias do carnaval de Maceió – no Jaraguá Folia 2010. As 19h30 será a concentração, por trás do Mercado Público do Jaraguá, no Largo dos Pombos, em frente ao Ateliê Tendão de Achiles. Já o desfile, está previsto para as 21h, percorrendo as ruas do bairro histórico.

Em seu quarto ano, o Bloco Jaraguá é o Bicho irá homenagear os 20 anos do Grupo Teatral Infinito Enquanto Truque (IET) e o seu diretor efetivo Lael Correia. Com cerca de 60 trabalhos, entre peças, performances, recitais de poesias e etc, Lael dedicou-se ao teatro alagoano de corpo e alma, enaltecendo nomes como Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Arriete Vilela, entre outros.

Segundo Achiles Escobar, o Jaraguá é o Bicho homenageia, não somente a companhia, mas o trabalho desse diretor singular, chamando atenção principalmente para a valorização dos artistas que insistem na produção da arte e cultura alagoanas e no resgate das raízes do carnaval de Alagoas.

A idéia do Jaraguá é o Bicho nasceu da percepção dos jovens desse bairro, de que ali não existia nenhuma manifestação popular de rua. Conversando com o artista plástico, idealizador de toda essa história, podemos perceber que o bloco é, na verdade, uma força que se manifesta durante todo o ano, através das oficinas criativas desenvolvidas com crianças e jovens em seu ateliê.

http://www.coisasdemaceio.com.br/modules/news/article.php?storyid=16010